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23/03/2023 Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo e Desporto
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Resgate Histórico Cultural de Campina das Missões.

Visitamos a propriedade de Ivo e Reni Schneider, na Linha Amadeu Sul, que nos contaram a história da propriedade.

Dando continuidade ao Projeto de Resgate Histórico Cultural de Campina das Missões- RS, visitamos a propriedade de Ivo e Reni Schneider, na Linha Amadeu Sul, que nos contaram a história da propriedade.

 

Adquirida pelo pai Helário Edmundo Schneider e a mãe Anna Konzen logo após se casarem em 1948, a propriedade da Família Schneider sempre se destacou pelo capricho com o qual era administrada, e por isso, se mantém conservada até os dias atuais.

 

O pai, nascido em Montenegro, atualmente Bom Princípio/RS, na localidade de SteinBach ou Arroio das Pedras, com descendência Schneider e Hartmann, migrou de carroça com seus pais para a Linha Caraguatá em 1928; e a mãe nascida na Linha Bonita, descendente de Konzen e Scher oriundos de Santa Cruz do Sul; tiveram dez filhos, sendo eles: Arno José, Danilo Otmar, Lourdes, Luiz Miguel, Ivone, Lauro Odilo (in memoriam), Ivo Antônio, Hugo Roque, Maria e José Afonso.
De 1948 a 1957 a família morou em um galpão, onde nasceram os 5 primeiros filhos, e então a partir de 1957, a família mudou-se para a nova casa. Este galpão, por volta de 1970 foi destruído por um forte vendaval.

 

A propriedade sempre se destacou pela grande diversidade na produção agrícola e de animais que a família mantinha. Tratados com "lavagem" ou a fervura de soja, mandioca, abóbora e milho plantados na lavoura, criavam sempre muitos porcos para o sustento da família e para a venda. A banha, a carne, o torresmo e a linguiça nunca faltavam na casa. Plantava-se também trigo para a farinha, o feijão, o milho para semente e feno, o "sorgo-vassoura" para fazer vassouras de palha, a cana para a "Schmia", o melado e o açúcar-mascavo, frutas de diversas variedades, e o parreiral de uvas. Estas serviam para a produção de vinho e do vinagre.

 

Assim como para muitas famílias dessa época, necessitava comprar pouca coisa para sobreviver. Produzia-se quase tudo na propriedade. Mantinham-se vacas para o leite, queijo, o requeijão e o Kochkese, além dos bois para puxar o arado e a carroça que trazia toda a produção da lavoura para o galpão. A família ainda criava galinhas, angolas, galos finos e passarinhos para embelezar o pátio.
Helário também plantava amendoim. Este, que além de servir para o consumo da família, era levado de "Rural" para vender na cidade, o que na época lhe rendeu o apelido de "Niss mann" pelos Campinenses. Vendia também cuias, gamelas, cangas de boi e outros utensílios de madeira, por ele esculpidos e confeccionados.

 

Desta época, ainda hoje se encontram preservados na casa as fotografias, os móveis, as camas e armários dos quartos, o sótão, o berço de madeira, além de outros detalhes antigos. Antigamente, Ivo conta que os meninos dormiam no sótão, já que a família era grande e até hoje as camas permanecem lá.


No porão ainda há vários objetos antigos de trabalho, o banco de madeira e as peneiras de debulhar e escolher amendoim, a balança, bem como uma cama muito antiga e as pipas de armazenamento de vinho. Nos galpões ainda se encontram a máquina para debulhar milho, a "WindMühl" para limpar grãos, a trilhadeira, a carroça, o arado, ferramentas da época e diversas cangas feitas pelo pai Helário.

 

Além da casa em seu estilo peculiar e quase único, é possível observar a forma em que foi construída a estrutura dos galpões, apenas com encaixes entalhados e fixados com pinos de madeira. Além do potreiro com suas divisórias construídas com muros de pedras, estas muito abundantes na propriedade, já que na época o arame era extremamente caro, foram aproveitadas para construir o potreiro e o cural dos porcos crioulos, que eram criados soltos. Tudo feito com muito capricho.

 

Outra curiosidade, por volta de 1970, acreditando em uma promessa de encontrar água, o pai Helário iniciou a escavação de um poço na rocha dura que encontrou logo abaixo de uma camada rasa de solo. Porém nunca encontrou água. Assim, a saída foi encanar a água de uma vertente para dentro deste poço, que passou a servir de cisterna, com quase 10 metros de profundidade. 
Para manter viva a memória e a união da família, todos os anos, o feriado de finados é o dia que toda a família se encontra para confraternizar na residência Schneider.

 

Agradecemos a recepção e a disponibilidade para nos contar as suas histórias. Saúde e felicidade são os votos da Administração Municipal de Campina das Missões para a Família.

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